quarta-feira, 30 de julho de 2014

Teorias Sociais e a Indignação



Sobre teoria da conspiração, cada um puxa a sardinha prum lado, como se a conspiração fosse unilateral. Uns falam sobre a mídia golpista que protege os tucanos, outros falam de um golpe comunista em andamento no Brasil, outros falam do anticristo vem com sua nova ordem mundial pra perseguir os evangélicos, outros dizem que os americanos são o diabo capitalista, tem quem fale de uma conspiração histórica desenvolvida pelos judeus, tem até recém-popularizada teoria sobre a elite branca paulista e a lista de teorias segue, propagando preconceitos e desrespeitando a integridade da inteligência humana...
Esses boatos tem sempre algum fundinho de verdade, uns mais outros menos, mas as pessoas estão tão envenenadas pelo seu extremismo que já nem se interessam mais em saber onde está a realidade e onde está a fantasia ou o exagero nessas teorias...
Acho que tem muito ego nessa coisa de querer abraçar essas ideias de forma muito parcial, talvez, em alguns casos, tenha coisas como insegurança, falta de consciência, apego, neurose, esquizofrenia e até falta de caráter. Tratar as questões públicas com honestidade também é um parâmetro sério de caráter.
E o mais curioso é que as pessoas não percebem como estão sendo exploradas cada vez que abraçam uma causa dessas com mais fé cega do que senso crítico. Cada uma dessas ladainhas é uma canção de ninar pro espírito humano, o indivíduo se perde nelas, sem perceber que ele também se tornou um conspirador, passou a conspirar contra uma coisa tão necessária como a busca pela realidade. No fim as teorias parciais ajudam esse indivíduo a perder o foco daquilo que realmente importa na vida.  
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A indignação social é o ópio do indivíduo, que distraído por ela perde de vista a sua própria sombra a ponto dele mesma se tornar no motivo de indignação do outro. E se cada um se indignasse com sua própria sombra, com sua própria condição de miséria psicológica? E se ao invés de buscar argumentos pra ratificar os nossos extremismos nós concentrássemos a nossa mente em reconhecer a realidade objetiva das coisas?

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