sábado, 8 de junho de 2013

Estações Míticas

Faz muitos anos que eu observo a minha própria vida e questiono até que ponto as minhas fases foram espontâneas e até que ponto elas obedeceram a uma tendência cíclica, de tanto pensar, há 2 anos atrás, eu criei um paralelo entre os meus ciclos pessoais e as quatro estações, com características rígidas e marcos de transição... Estava refletindo sobre isso e pensei em um mito que simbolizasse o meu sentido pessoal e transição entre o inverno e a primavera, pensei na páscoa judaica, comemorando a libertação judaica ou a páscoa cristã comemorando a desencarnação do cristo, pois nessas épocas as quais eu chamo de primavera eu tenho uma certa tendência a me desapegar, a me libertar de crises, neuras, relações doentias e paixões que me prendiam até então, é onde uma nova vida começa a florescer e etcs... Fiquei em polvorosa quando notei que a páscoa se dava justamente no equinócio de primavera, como se os judeus vissem no mito da saída do Egito uma representação da saída do sol debaixo da terra, ou em ambos um determinado processo pelo qual passam os indivíduos e sociedades humanas...Busquei um símbolo equivalente ao que aquelas fases de inverno simbolizavam pra mim e pensei naqueles 3 meses de Perséfone no inferno(os dois períodos invernais que eu uso como referência na minha vida foram um pouco infernais pra mim) e lembrei que coincidentemente ou não aquele mito era um mito de celebração do inverno e tal... Ai lembrei que o Natal comemora o a entrada do ser sagrado a uma dimensão inferior, o Cristo na terra, tal qual Perséfone no inferno e ele é comemorado justamente no solstício de inverno(no hemisfério norte, é claro) e que os evangelhos dizem que João batista nasceu 6 meses antes de Jesus, ou seja, na Solstício oposto... E que a festa de Tabernáculos judaica(que comemorava a primeira colheita no começo do outono) comemorava a habitação de Javé no tabernáculo terrestre, novamente um ser sagrado que desce a uma dimensão de existência inferior para celebrar uma estação fria... Pra mim deve ter um arquétipo batismal pra muitas culturas antigas em tudo isso, o espírito saindo e entrando na matéria tal qual o sol mergulha no nadir e se eleva no zenit.

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